quarta-feira, 9 de março de 2011

Tribes - Seth Godin (Parte 2)

Esse post é uma espécie de continuação do anterior. Nele eu fiz uma lista com algumas das minhas partes favoritas do livro que acabei de ler. No finalzinho, falo sobre algumas historinhas que o Seth Godin conta. Esse post é sobre essas historinhas.

Tribes começa meio devagar, com um tom puxado pro "eu quero, eu posso". Chega a soar meio auto-ajuda, mas ganha profundidade quando o autor conta uma história de liderança protagonizada por ele mesmo.

Durante a leitura, é impossível não parar pra pensar no quanto daquilo é parte da sua realidade. A primeira vez que me senti assim foi enquanto lia o capítulo chamado "Sheepwalking". Essa é uma palavra que o autor usa para definir o resultado de contratar pessoas que foram feitas para ser obedientes e dar pra elas tarefas que não exigem cérebro e uma certa quantidade de medo pra mantê-las na linha. São pessoas capazes de, por exemplo, ler em voz alta a política da empresa por seis ou sete vezes sem fazer ideia do que aquilo significa. Ou pessoas que executam qualquer tarefa apenas porque o chefe mandou, sem questionar. Fiquei pensando em quanto tempo eu teria durado no meu emprego se meus chefes não suportassem ouvir um "Por que?", um "Não vai funcionar." ou até um "Isso vai dar merda". Não muito tempo.

De toda forma, "Sheepwalking" é a forma que Seth Godin resolveu chamar esse problema das pessoas que aceitam tarefas que poderiam ser feitas por máquinas e que preferem repetir a criar.

A segunda história, a de um capítulo chamado "Como foi o seu dia?", se passa às 4 da manhã no hall de um hotel. Godin estava sem conseguir dormir e aproveitou pra checar seus e-mails. Um casal entra e a mulher sussurra pra seu companheiro: -Não é triste? Mesmo de férias esse rapaz não consegue se livrar do seu e-mail. Não consegue nem aproveitar suas férias.

Nosso querido autor demorou, mas conseguiu perceber porque estava tão satisfeito de estar checando o e-mail no meio da madrugada (atividade que não trocaria por outra senão dormir). Seu trabalho é liderar pessoas. Não são muitas, mas todas estão criando, trabalhando para mudar alguma coisa, para chegar onde querem chegar. E aí então vem uma sequência de frases brilhantes:

"Most people have jobs where they fight change, where they work overtime to defend the status quo. It's exhausting. Maintaining a system in the face of change will grind you down."

"'Life is too short' is repeated often enough to be a cliché, but this time is true. You don't have time to be both unhappy and mediocre. It's not just pointless, but it's painful. Instead of wondering when your next vacation is, maybe you ought to set up a life you don't need to scape from."

Esse trecho é espetacular. Talvez o melhor do livro. Se você ainda não está no emprego dos seus sonhos e isso não te tocou, pode ir ler outra coisa. Mas se você não está feliz com o que faz e está disposto a mudar... Quanto tempo você ainda vai esperar pra mandar o seu chefe chato ir pastar? Releia o parágrafo: "Você não tem tempo pra ser infeliz e medíocre. Não é só despropositado, mas também doloroso." Se os adjetivos "infeliz", "medíocre", "despropositado" e "doloroso" descrevem bem o seu dia-a-dia, é hora de mudar algo, não acha? Eu não sei você, mas eu quero um emprego que me dê saudades dele nas férias. E pra fechar o capítulo:

"The amazing thing is that not only is this short life easier to set up than ever before, but it's also more likely to make you successful. And happy. So how was your day?"

Acho que o post está ficando um pouco longo demais, então em breve eu volto com mais Tribes. Fiquem com mais alguns dos trechos que me chamaram a atenção:

"It's easy to underestimate how difficult it is for someone to become curious. For seven, ten, or even fifteen years of school, you're required to not be curious. Over and over and over again, the curious are punished."

"Once recognized, the quiet yet persistent voice of curiousity doesn't go away. Ever. And perhaps it's such curiosity that will lead us to distinguish our own greatness from the mediocrity that stares us in the face."

"Ultimately, people are most easily led where they wanted to go all along."

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