sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Jingle bells

♪Natal, natal das crianças
♪Natal do menino Jesus

Natal é tempo de paz, harmonia, confraternização e de celebrar o nascimento do menino Jesus. Uma ova! Natal é tempo de consumismo descabido, de comer aquele pão com chocolate sem graça e de desperdiçar, com luzinhas piscantes, a energia poupada durante os meses do horário de verão.

Quase impossível dissociar o natal da virada do ano, que geralmente é programa para se fazer junto com a família. Logo em seguida vem um porre colossal e na manhã seguinte a única promessa de ano novo restante na memória é sobre a ressaca atual: "Nunca mais!". Estudar mais, trocar de emprego, perder peso, aprender uma nova língua: tudo isso terá sido dissolvido pelo álcool. E sendo capaz de esquecer as coisas onde o único beneficiado é você, o espírito de solidariedade, fraternidade e todas essas coisas de que só se ouve falar no final do ano, também já estará morto e enterrado.

E assim, ironicamente, começa janeiro. Ironicamente porque logo após o mês em que mais se fala em amor ao próximo e blá blá, vem o período mais amargo para as instituições que realmente fazem alguma coisa pelos seus semelhantes.

Janeiro, não sei se você sabe, é o mês favorito das papelarias. É quando os jornais veiculam as denúncias de sempre sobre as exigências absurdas das escolas. Já vi de grampeador a papel higiênico nas listas de material exigido. E o grande vilão das instituições de caridade é esse mesmo material escolar. Enquanto os pais procuram de onde tirar dinheiro para comprar caneta, papel, caderno, a solidaridade vai para as cucuias.

Mas ainda dá tempo de se redimir. Essa época é um período interessante pra fazer a caridade que você não fez ao longo do ano. Considerando a escassez, as doações de Janeiro/Dezembro valem pelo menos o dobro.

Eu acredito muito no "pensar global, agir local", então sugiro não colaborar com nomes grandes. Criança Esperança nem pensar. Ao invés disso, por que não ajudar uma organização do seu bairro? Afinal, quem garante que a Unicef está preocupada com os problemas da sua rua? Seus vizinhos certamente estão.

Fica dado o recado: No lugar de se entregar a mais um excesso, faça um sacrifício e colabore com quem precisa. Aquela dose de whisky poderia pagar algumas refeições pra quem precisa, certo? Pense nisso. E nada de financiar o tráfico dando esmola a pedintes na rua. Contribuição com instituições de caridade é bom. Esmola para pedintes é ruim.

Um comentário:

Vivizinha disse...

Isso. E que tal dar gibis às crianças que pedem moedas no sinal? hum?