terça-feira, 8 de novembro de 2011

Florbela Espanca


Ontem, por acaso descobri que gosto muito mais de Florbela Espanca do que imaginava.

Isso foi, em parte, o que me motivou a terminar o texto do post anterior, que comecei em 23 de fevereiro. Florbela Espanca é autora de Fanatismo, que não me agrada e mesmo assim sei de cor, e de Fumo, que é uma das minhas músicas favoritas de Fagner e obviamente também sei de cor.

Todos os poemas do seu primeiro livro, Livro de Mágoas, podem ser lidos aqui. Mas nunca mais de um por vez, para que um não ofusque outro.

Li todos e recomendo Desejos Vãos e De Joelhos. Porém o soneto que melhor se alinha com o que eu sentia enquanto escrevia o texto de hoje cedo é Castelã, que transcrevo na íntegra abaixo.
Altiva e couraçada de desdém,
Vivo sozinha em meu castelo: a Dor...
Debruço-me às ameias ao sol-pôr
E ponho-me a cismar não sei em quem! 
Castelã da Tristeza, vês alguém?!...
— E o meu olhar é interrogador...
E rio e choro! É sempre o mesmo horror
E nunca, nunca vi passar ninguém! 
— Castelã da tristeza por que choras,
Lendo toda de branco um livro d’horas
A sombra rendilhada dos vitrais?... 
Castelã da Tristeza, é bem verdade,
Que a tragédia infinita é a Saudade!
Que a tragédia infinita é Nunca Mais!!

Um comentário:

Claudia disse...

O difícil é que nos despedimos todos os dias, seja 'do que' e/ou de quem for. Somos sombreados pela saudade ou pelo nunca mais!